quinta-feira, dezembro 15, 2005

A Vida, O Universo e Tudo Mais

Em primeiro lugar, eu queria dizer algo sobre o título da resenha. Normalmente o título evoca alguma parte mais interessante da história, ou o ambiente desejado, mas como eu poderia pensar em algo mais original e que explique melhor o enredo do que o próprio título do livro, A Vida, O Universo e Tudo Mais, o terceiro volume na famosa trilogia de 5 livros de Douglas Adams. Neste epsódio, Arthur não fez muito progresso, e continua aonde o deixamos da última vez: numa caverna úmida e desconfortável na Terra pré-histórica. Mas tudo isso está para mudar, não só por causa de das visitas que receberá em breve, mas principalmente por todas as coisas que terá que fazer, e que até considera interessante, mas ele só queria um pouco de tranquilidade e uma xícara de chá, será que é pedir demais? Aparentemente é. Descubra mais desse fantásticamente non-sense universo criado por Adams, cheio de críticas sobre a sociedade e a natureza humana que fazem muito sentido. ps.Desculpe pela demora deste post, e caso ainda não saibam, já saiu o volume quatro : Até Mais e Obrigado Pelos Peixes

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Roxy's Tube #2: The girl from Mars

Existe uma "teoria" chamada sophomore slump, a de que determinadas coisas que tiveram um bom ou ótimo primeiro ano, correm o risco de desandar no segundo. O que explica Harry Potter e a Câmara Secreta, eu sei. Mas, como aqui estamos falando de séries de TV, eu lembro de exemplos como Roswell (embora o episódio com o Max do futuro seja uma das coisas mais choráveis do universo televisivo); ou a segunda temporada de Buffy foi tão perfeita que ainda é a minha preferida - e não só porque tem Surprise, Passion e I have only eyes for you. Mas agora vamos falar das excessões. Não é segredo pra ninguém, muito menos pros freqüentadores desse blog, que eu venero o chão em que Rob Thomas pisa. Por causa de Cupid, e do roteiro de Drive me crazy mas, especialmente, por Veronica Mars. Há anos eu não sentia por uma série a atração e a identificação que eu sinto por VMars - provavelmente desde Dawson's Creek. Mas a diferença fundamental entre os adolescentes verborrágicos de Capeside e o clima noir californiano de Veronica Mars está justamente naquilo que é o ponto fraco de diversas outras séries: a segunda temporada elevou à quinta potência o que existia de bom na primeira, com o adicional de não tratar o espectador - novo ou antigo - como um idiota descerebrado (vide Desperate Housewives). Abaixo, as cinco razões pelas quais a segunda temporada de Veronica Mars chuta traseiros infinitos: 5. Ação e reação - As coisas acontecem. Essas coisas têm conseqüência. E nós vemos isso, não ficam esquecidas no meio do caminho (eu sei que a história do Wallace parou pela metade, mas vamos lembrar que a história do estupro só foi resolvida no episódio #121, mmakay?) 4. Evolution, baby - O grande causador da sophomore slump é a incapacidade dos roteiristas de criar coisas novas. Então a nova temporada se torna uma reciclagem do que aconteceu na temporada anterior, com a ordem levemente alterada (ou, às vezes, nem isso... tipo The OC). O grande trunfo do Rob Thomas foi conseguir amarrar uma história que respeita o que aconteceu na primeira temporada, adicionando personagens e elementos que são fundamentais para a segunda, sempre precisar repetir os mesmos mistérios. Isso porque os personagens evoluíram, e isso obviamente se reflete em suas ações. O comportamento da Veronica, no começo da temporada, era completamente diferente do que foi visto no final da primeira - mas era perfeitamente plausível que ela agisse como se o mundo fosse um lugar perfeito e cor-de-rosa porque ela *precisava* sentir aquilo. À medida em que as coisas acontecem ao redor dela, e com ela, esse comportamento inocente pré-Lily dá lugar à velha Veronica (ou pelo menos a Veronica da primeira temporada), mas acrescentando a isso todo o peso das experiências que ela teve no último ano. 3. Continuity Fairy - Ao lado de Arrested Development, Veronica Mars tem a melhor continuidade da história da TV. Todas as coisas se encaixam. Todas as pessoas que tem nome são citadas - em contexto - novamente. Isso é sinal de 1) bom planejamento, 2) bom roteiro e 3) respeito ao público. 2. All about chemistry - O elenco tem uma química fantástica. Chega a dar arrepios. (E não, não estou falando só da cena do banheiro!) 1. The writing, man! - A qualidade dos roteiros (não só os mistérios, mas os diálogos e situações) é superior a qualquer outra série adolescente no momento. E melhor que muitas séries adultas.