quarta-feira, agosto 24, 2005

"Ana Iris, a eterna enciclopédia televisiva... Fala a verdade, as buscas do imdb consultam direto o teu cérebro, né?"
Rafael Soldatelli

sábado, agosto 13, 2005

Hey now, all you sinners

Se Robert Rodriguez tivesse tomado a decisão de adaptar Sin City de forma convencional, ainda assim seria um ótimo filme. E talvez atraísse até mais atenção, especialmente daquela parcela do público adulto que ficou de lado por considerar que um filme "de quadrinhos" não teria conteúdo interessante. Sin City, independente de sua origem, é um dos melhores filmes noir da história, um estilo há muito declarado morto, mas que a parceria de Rodriguez e Frank Miller consegue ressuscitar com maestria e qualidade. Dentro dessa qualidade, é claro, entra a decisão inicial de Rodriguez de não fazer desse "apenas" uma adaptação de quadrinhos, mas um marco de inovação técnica, em que o cinema se rende ao seu "irmão de papel". A fotografia, a (des)caracterização dos personagens, os efeitos: tudo contribui pra um resultado surpreendente que mostra, na tela do cinema, uma página animada. Nunca um filme de quadrinhos foi tão realista, tão fiel tanto à sua obra de origem quanto ao gênero ao qual ela rende homenagem. Os elementos noir estão todos presentes: os monólogos, o uso de termos como dames e booze, as mulheres fatais, os homens brutos com coração de ouro. Chega a se antecipar um relance de Humphrey Bogart como Sam Spade, cigarro na boca, em um daqueles bares... Os alertas contra a violência do filme são incoerentes, se levarmos em conta a violência inerente do noir. A violência faz parte desse mundo, como o fazem detetives, policiais corruptos, policiais honestos e prostitutas. O noir é um submundo, como é um subgênero, que não se importa realmente com o que pensam dele. E aplicar a Sin City o argumento da violência desnecessária por se tratar de um filme baseado em quadrinhos (como se todos os quadrinhos fossem limpos, coloridos, família) é a mesma coisa que dizer que animação é só para crianças. Chega um momento em que temos que saber diferenciar o meio do conteúdo e, se a crescente onda de falta de originalidade dos filmes americanos nos leva a buscar em outros meios - literatura, HQ, teatro, outros pólos cinematográficos - o ponto de partida da história, é preciso também respeitar a sua origem e a sua composição, ao invés de tentar impôr a eles os valores de uma maioria que mal compreende o que está sendo exposto na tela. O elenco reunido por Rodriguez não poderia ser de melhor qualidade: atores consagrados, misturados com uma nova geração talentosa, que não destoa em momento algum. Destaque para Mickey Rourke, Benicio Del Toro, Rosario Dawson e Clive Owen.

segunda-feira, agosto 08, 2005

"O Batman que eu admiro e respeito é gordo, usa uma malha justinha e dança watusi."
(Paulo Torres, o cara que eu mais
respeito em termos de opinião
cinematográfica e televisiva)

Harold & Kumar go to White Castle

Infelizmente, a Globo Title Generator Slot Machine foi usada nesse filme, que ganhou o nome de Madrugada Muito Louca (argh) em português. O filme segue a mesma linha de Van Wilder (O Dono da Festa), entre outras comédias absurdas, para contar a história de dois amigos, o certinho Harold (John Cho) e o despreocupad0 Kumar (Kal Penn), que resolvem empreender uma viagem em busca do hambuguer da lanchonete do título. Obviamente, as coisas dão errado, graças a um grupo de skatistas arrogantes, policiais racistas e a Doogie Howser (Neil Patrick Harris - quem não sabe quem é ele, provavelmente é mais novo que eu, *sigh*). Como todo bom filme do gênero, Harold & Kumar go to White Castle é sobre uma viagem de auto-conhecimento e fortalecimento da amizade, mesmo que através de piadas um tanto exageradas e situações absurdas. Mas, se a melhor coisa a fazer para aproveitar a vida é não levar nada tão a sério, esse filme é perfeito pra isso.